Em participação no programa Você Bonita da TV Gazeta, a Dra. Ana Priscila Soggia fala sobre como a hipertensão arterial pode estar associadas a distúrbios hormonais ou endocrinológicos.
Índice:
A maior parte dos casos de hipertensão arterial é do tipo primário. Ou seja, quando não há causa identificável para a presença do problema. Entretanto, é grande o número de casos de hipertensão secundária – aquela causada por algum outro problema de saúde. E problemas hormonais estão entre as causas da hipertensão secundária.
Em participação no programa Você Bonita, a Dra. Ana Priscila Soggia falou sobre os distúrbios da tireoide, paratireoide, ovários e gordura visceral e de que forma esses problemas endocrinológicos podem contribuir para a hipertensão.
Em outra publicação, a Dra. Ana Priscila abordou o papel dos distúrbios da glândula adrenal que podem contribuir para a hipertensão arterial. Clique aqui para saber mais sobre este assunto.
Abaixo veremos as principais dúvidas dos convidados sobre a hipertensão e problemas hormonais.
Hipertensão arterial
Pergunta do público:
“Sobre hipertensão arterial, tenho 61 anos e tomo o remédio para o colesterol. Algumas vezes acordo por estar com dor de cabeça. Pode ser a chamada pressão noturna?”

Dra. Ana Priscila – Quando falamos em hipertensão arterial, precisamos estar atentos a um dos primeiros sinais, que é a ausência do descenso noturno. E o que isso significa?
Quando a gente dorme, o nosso corpo relaxa. Então é natural que a pressão caia bastante. Entretanto, para alguns pacientes, estes valores não caem durante a noite. Ou seja, a pressão continua elevada. O fato de alguns pacientes terem a ausência desse descenso noturno é prejudicial para alguns órgãos do corpo. No caso da dor de cabeça, pode ser que a pressão elevada seja a causa e isso deve ser investigado pelo médico.
É importante notar que muitas vezes o paciente mede a pressão na farmácia ou no consultório e está tudo normal. Mas é importante fazer um MAPA, que é o exame chamado Monitorização Ambulatorial de Pressão Arterial, feito durante 24 horas e que consegue identificar as alterações da pressão do paciente. Inclusive durante a noite. Desta forma será possível identificar o que está acontecendo e afastar ou confirmar se a pressão alta pode ser a causa da dor de cabeça.
Problema de tireoide e hipertensão arterial
Tanto a falta quanto o excesso de determinados hormônios produzidos na tireoide podem levar à hipertensão arterial. Ou seja, tanto o hipotireoidismo quanto o hipertireoidismo podem aumentar a pressão.
A tireoide é uma glândula que produz hormônios importantes para o bom funcionamento do corpo. Problemas na sua função podem levar a diversos sintomas que geralmente são desconsiderados. Por isso é importante conhecê-los e estar atenta.
Então, como saber se tenho algum problema de tireoide?
Os sintomas comuns de hipotireoidismo incluem fadiga, ganho de peso, constipação, queda de cabelo, constipação e dores pelo corpo, dentre outros.
Já os sintomas de hipertireoidismo incluem perda de peso, sudorese excessiva, palpitações e tremores, dentre outros.
Na dúvida, você deve se consultar com um endocrinologista. O diagnóstico é feito pela avaliação clínica dos sintomas e exames laboratoriais como TSH e T4 Livre.
Outros exames, como ultrassonografia e biópsia, também podem ser realizados, caso o endocrinologista recomende.
Pessoas com problemas de tireoide devem fazer exames regulares, manter uma dieta equilibrada, evitar o consumo de álcoole tabaco, praticar atividade física regularmente e controlar o estresse.
Informar ao médico sobre outros medicamentos que estão sendo tomados também é importante, já que alguns podem afetar a função da tireoide.
Com o controle dos sintomas, é possível recuperar a qualidade de vida do paciente que sofre com problemas de tireoide. Caso esta seja a causa da hipertensão, o tratamento para o problema de tireoide poderá auxiliar na resolução deste problema.é pressão
Recomendações de alimentação para pacientes que apresentam problemas de tireoide
Como falamos aqui em cima, a alimentação tem um papel importante no controle dos problemas de tireoide. Vamos ver quais tipos de alimentos devem ser consumidos ou evitados.
Hipotireoidismo:
- Consumir alimentos ricos em iodo, como frutos do mar, algas marinhas e sal iodado;
- Incluir na dieta alimentos ricos em selênio, como castanhas, nozes e sementes;
- Consumir fontes de proteína magra, como frango, peixe e legumes;
- Evitar alimentos processados e refinados, como açúcar e farinha branca;
- Incluir na dieta alimentos ricos em fibras, como frutas, verduras e grãos integrais;
- Limitar o consumo de soja e produtos derivados, pois podem interferir na absorção de hormônios tireoidianos.
Hipertireoidismo:
- Consumir alimentos que ajudam a reduzir a atividade da tireoide, como brócolis, couve-flor, repolho e outras verduras crucíferas;
- Incluir na dieta alimentos ricos em cálcio, como leite, iogurte, queijo e vegetais de folhas verdes;
- Consumir alimentos ricos em magnésio, como legumes, grãos integrais e sementes;
- Limitar o consumo de cafeína, álcool e alimentos picantes, pois podem aumentar a produção de hormônios tireoidianos;
- Evitar alimentos ricos em iodo, como frutos do mar e algas marinhas;
- Fazer refeições menores e mais frequentes para manter os níveis de açúcar no sangue estáveis.
É importante ressaltar que cada caso é único e as recomendações alimentares podem variar de acordo com as necessidades específicas de cada paciente. É por isso que aqui no Centro Terapêutico AKTA Liv o tratamento para os problemas hormonais é feito por uma equipe formada por endocrinologistas e nutricionistas especialistas neste tipo de problema. Para agendar uma consulta, clique aqui.
E quem não tem mais a glândula tireoide também pode ter hipertensão arterial?
Pacientes que tenham retirado a tireoide (hipotireoidismo pós cirúrgico) pode apresentar hipertensão se o ajuste da dosagem da medicação não for adequado. Na remoção da tireoide por algum problema mais grave (como um câncer ou um nódulo muito grande) não se remove as paratireoides, ou seja, estes pacientes podem apresentar alteração de pressão relacionada a estas glândulas.
Problema na paratireoide e hipertensão
Agora vamos falar das glândulas paratireoides, que pouca gente conhece. Elas são quatro glândulas que ficam na tireoide e que produzem um hormônio chamado PTH, que controla o cálcio e fósforo no nosso sangue.
Quando as paratireóides produzem o hormônio PTH em excesso, o paciente pode sofrer de hiperparatireoidismo primário, problema que leva ao aumento dos níveis de cálcio no sangue (hipercalcemia). Por sua vez, a hipercalcemia pode levar a diversos sintomas, incluindo fraqueza muscular, fadiga, dor óssea e aumento da pressão arterial.
Portanto, é importante que pessoas com hipertensão arterial realizem exames para avaliar a função da paratireoide, especialmente se apresentarem outros sintomas de hiperparatireoidismo primário. Assim como nos problemas com a glândula tireoide, o diagnóstico e o tratamento do hiperparatireoidismo primário devem ser realizados por um endocrinologista.
E quais são alguns dos sintomas de problemas relacionados à paratireoide?
Os principais sintomas de desequilíbrio nas glândulas paratireoides são:
- Cálculo renal;
- Osteopenia;
- Osteoporose;
- Mudança no humor (mais depressivo);
- Dores no corpo, dentre outros.
Nestes casos devemos medir o cálcio e também o PTH. No caso de excesso deste hormônio, devemos buscar normalizar os níveis de cálcio e vitamina D através do consumo de alimentos ricos em vitamina D e cálcio, como o leite, salmão e ovos.
Outros problemas hormonais e hipertensão arterial
Pergunta do Público – síndrome do ovário policístico (SOP)
“Tenho problemas de ovários policísticos e estou com quadro hipertenso. Existe relação entre estes dois problemas? Como posso melhorar com alimentação?”

Dra. Ana Priscila – Quando a gente fala de ovário policístico é comum fazer uma associação com a síndrome metabólica. A gente geralmente faz o diagnóstico na adolescência e o quadro indica que estas mulheres vão ter uma resistência à insulina. Esta resistência à insulina no ovário faz com que se desenvolvam muitos cistos que o ovário não consegue romper, levando à síndrome do ovário policístico.
É importante ressaltar que esta resistência à insulina também está em todos os outros órgãos, principalmente no fígado, o que leva aumento do risco de desenvolver diabetes e hipertensão arterial.
E nesses casos, qual é o tratamento? Regularizar o peso se estiver acima do peso, fazer muita atividade física, diminuir a quantidade de sódio na alimentação para que este paciente não tenha que ficar refém do uso de medicações e melhorar a sua qualidade de vida. É claro que caso tudo isso não seja suficiente, é necessário fazer o uso de medicação.
Pergunta do Público – magnésio:
“É verdade que suplementar o magnésio ajuda na prevenção da pressão alta?”

Dra. Ana Priscila – Eu sou fã de magnésio. A reposição de magnésio como suplemento é novo mas temos visto que ela melhora não só os níveis pressóricos, como melhora também a qualidade do músculo e da atividade física, que também contribui para a diminuição da pressão.
O magnésio tem um efeito direto em diminuir a pressão arterial e também um efeito indireto, porque ele melhora outros órgãos que, quando saudáveis, ajudam no controle da pressão. É importante fazer acompanhamento com um profissional de saúde (nutricionista, endocrinologista ou clínico), evitar a superdosagem e o risco de ter efeitos colaterais.
Pergunta do público – gordura visceral
Carol Minhoto – Vamos concluir com um último fator que pode estar relacionado à hipertensão arterial, que é a gordura visceral, seja no fígado ou seja na região inteira do abdômen.
Dra. Ana Priscila – Hoje a gordura ou as células adipócitas de gordura são consideradas um órgão do ponto de vista endocrinológico porque elas produzem muitos hormônios e a grande parte deles tem um efeito inflamatório, aumentando aquela resistência insulínica que a gente já comentou e que pode levar o paciente a ter um aumento do risco de desenvolver a síndrome metabólica e pressão alta.
Assim, muitas vezes os pacientes que apresentam um aumento de gordura visceral, ao perder peso, a pressão arterial normaliza porque, além de diminuir o peso e a carga pressórica que o coração tem que fazer para bombear para o resto do corpo, ele também diminui esse componente inflamatório.
Os alimentos recomendados para perder peso e reduzir a gordura visceral são os mais integrais e também pode ser bem vinda uma dieta de baixo índice glicêmico. É importante ainda beber muita água, fazer atividade física, acompanhamento com profissional de saúde e sempre aferir a pressão. Caso surja algum novo sintoma, fale com o seu médico porque às vezes a gente pode estar diante de um caso que é tratável.
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Como vimos neste artigo, o bom funcionamento dos nossos hormônios é fundamental para a manutenção da nossa saúde como um todo.
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No Centro Terapêutico AKTA Liv trabalhamos primariamente com pacientes que apresentam transtornos alimentares, obesos, com sobrepeso e com morbidades relacionadas ao excesso de gordura.
A obesidade já é considerada um problema de saúde pública e pode acarretar em sérios problemas para a saúde, como diabetes, hipertensão arterial, cardiopatias, problemas respiratórios, degeneração articular, dentre outros.
Todos os tratamentos oferecidos na nossa clínica focam na perda e manutenção de peso a partir da adoção de hábitos de vida saudáveis, melhora da autoestima e, consequentemente, saúde e bem estar. Se você acredita que a Clínica AKTA Liv pode te ajudar, entre em contato conosco e agende uma consulta!