Dia 04 de Março de 2021 é o Dia Mundial da Obesidade e não se pode deixar de ressaltar o papel da psicologia no tratamento da obesidade, que é uma questão de saúde pública. O número de pessoas consideradas obesas é tamanho que a condição já é considerada uma pandemia, com graves repercussões para a saúde dos pacientes e para o sistema público de saúde.
Pesquisa realizada pelo IBGE em conjunto com o Ministério da Saúde (PNS – Pesquisa Nacional de Saúde) em 2019 apontou dados alarmantes a respeito da obesidade no Brasil. Os resultados da pesquisa foram publicados em outubro de 2020, durante a pandemia pela covid-19, onde a obesidade entrou para o grupo de risco da doença. Foi constatado que 96 milhões de brasileiros apresentam excesso de peso. Isso é o equivalente a 60,3 % da população adulta do Brasil. Antes de nos aprofundarmos no papel da psicologia no tratamento da obesidade, vamos destrinchar mais estes números e seus impactos.
Ao comparar os números de 2019 com a pesquisa realizada em 2003, contata-se que houve um salto no percentual de brasileiros obesos – de 9,6 % dos homens e 14,5 % das mulheres em 2003, para 22,8 % para homens e 30,2 % para mulheres diagnosticados com esta doença crônica.
Foi observado que as estratégias de controle e tratamento da obesidade não estão sendo eficazes no Brasil. Apesar do investimento e dos planos de prevenção, os números só têm crescido. Resultado semelhante vem sendo notado ao redor do mundo, o que nos leva à constatação de que os tratamentos comuns para obesidade, como dietas e exercícios, não são suficientes para resolver o problema.
No Dia Mundial da Obesidade se faz necessário conscientizar a população de que esta doença é mais complexa do que parece e o seu tratamento também não é tão simples assim. O paciente obeso deve ser analisado sob uma perspectiva multifatorial e seu tratamento deve envolver diferentes profissionais, como endocrinologista, nutricionista, fisioterapeuta e psicólogo.

Os estigmas da obesidade
Pessoas obesas sofrem com diversos estigmas associados ao excesso de peso, o que pode interferir negativamente em diferentes esferas de sua vida. Este fato faz com que o problema da obesidade seja também visto pela ótica social, e não apenas do paciente obeso.
É muito comum que pessoas obesas sejam vistas como desleixadas e preguiçosas, já que a principal causa da obesidade está associada à alimentação e ao sedentarismo. Este estigma do obeso preguiçoso é comumente internalizado pela pessoa e transforma-se em sentimento de culpa e autodesvalorização, o que contribui para o fato de que o número de obesos com depressão também venha aumentando.
Entretanto, é importante ressaltar que as causas da obesidade não se apoiam exclusivamente na má alimentação e sedentarismo e perpetuar os estigmas associados à obesidade frequentemente leva a que pessoas com este problema sejam consideradas anormais, excluídas e desvalorizadas em contextos sociais diversos.
O próprio processo de emagrecimento traz um estresse psíquico, o que por si só já é motivo para aliar o atendimento psicológico ao tratamento da obesidade. A intenção do acompanhamento psicológico nesse contexto é dar suporte para que o paciente consiga mudar seu comportamento ou padrão alimentar associado à obesidade.
O Psicólogo será capaz de identificar questões comportamentais e de padrão alimentar do paciente e assim traçar, junto com a equipe multidisciplinar – endocrinologista, nutricionista e fisioterapeuta, uma estratégia de tratamento integrada para apoiar o seu processo de emagrecimento e retomada de saúde, bem-estar e qualidade de vida.
Os estigmas da obesidade têm consequências
A sociedade desinformada e imersa em preconceito acaba estereotipando os obesos como pessoas que não têm força de vontade e disciplina, gulosas, incompetentes, preguiçosas e incapazes de aderirem aos tratamentos para perda de peso. Estes estigmas podem contribuir para o agravamento do quadro de pacientes obesos, fazendo com que se isolem e potencializando a comida como uma válvula de escape – esta passa a ser uma fonte de prazer e não de nutrição.
Um estudo publicado pela revista Obesity em 2018 sugere que entre 40 a 50% dos adultos americanos com obesidade sofrem consequências psicológicas da internalização dos estigmas associados ao problema. Já 20% das pessoas pesquisadas experimentam estas consequências de maneira acentuada, apresentando casos severos de depressão.
A mídia e influenciadores digitais reforçam os estigmas da obesidade através do uso de palavras que atribuem à obesidade uma noção de responsabilidade individual, preguiça ou falta de vontade. Não raro, profissionais de saúde também transparecem estes estigmas nas relações com pacientes obesos. É por este motivo que a escolha do profissional ou da equipe que dará suporte no tratamento da obesidade é um passo muito importante.
E, se você pensa que as crianças não sofrem as consequências dos estigmas da obesidade, pense outra vez. Crianças que sofrem com obesidade infantil estão sujeitas ao bullying em praticamente todos os ambientes onde transitam, o que pode levar a problemas de socialização, perda de autoconfiança, ansiedade e depressão. Se o seu filho está acima do peso, é muito importante consultar um endocrinologista infantil.

Conscientização sobre a obesidade
A obesidade é uma doença crônica que se caracteriza elo excesso de gordura corporal. O tecido adiposo também exerce a função de glândula endócrina, desempenhando um papel importante no armazenamento e distribuição de energia por todo o corpo, na regulação do colesterol e da glicose, assim como do metabolismo e hormônios sexuais.
Quando o paciente apresenta altos índices de gordura corporal ele pode ter menor sensibilidade à saciedade após se alimentar, mais liberação do hormônio cortisol (que tem ligação direta com estresse e ansiedade), sensação de fadiga e outros sintomas. Todos esses fatores contribuem para a apatia e o sedentarismo.
Atividades simples e rotineiras para a maioria das pessoas podem ser muito desafiadoras para uma pessoa obesa. Subir escadas, caminhar um quarteirão num dia ensolarado, praticar um esporte, sentar-se em uma cadeira, passar pela catraca de um ônibus. Esta situação comum no dia a dia de muitas pessoas pode ser um fator decisivo da escolha de sair ou não de casa para a pessoa obesa. As repercussões psicossociais da obesidade, muitas vezes, impedem que o paciente tenha um estilo de vida mais saudável e de participar ativamente na sociedade.
Trazendo estas informações à tona, fica claro que a abordagem de combate à obesidade a partir de alimentação, exercícios físicos e, em alguns casos, medicamentos, é incompleta. A manutenção dos novos hábitos necessários para que o paciente obeso consiga melhor sua saúde física passa, necessariamente pelo cuidado com a sua saúde mental.
No Centro Terapêutico AKTA Liv você encontra psicólogas e terapeutas especializadas em comportamento alimentar, neuropsicologia e neuro comportamento. No tratamento com a aplicação de técnicas cognitivo-comportamentais alcançamos o recondicionamento de padrões alimentares, tornando o processo de perda de peso mais eficiente e trazendo mais qualidade de vida e bem-estar para o paciente obeso.
Se você está obeso, com sobrepeso ou sente que precisa de ajuda psicológica para alcançar seus objetivos, relacionados ao peso ou não, agende já uma consulta com as nossas Terapeutas Cognitivas e Psicólogas.
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Para alcançar estes resultados contamos com uma equipe multidisciplinar de profissionais em diversas áreas como endocrinologistas, nutricionistas, psicólogos e fisioterapeuta, já que entendemos que cada paciente é único e requerem uma proposta personalizada de tratamento.
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