Recentemente têm-se falado cada vez mais em dietas especializadas e, dentre elas, o protocolo FODMAPs. Hoje vamos entender um pouco mais sobre o são alimentos FODMAPs e seu papel na saúde de pessoas que têm algumas sensibilidades alimentares.
Quando se fala em protocolo FODMAPS é importante esclarecermos que ele não é mais uma dieta da moda – embora muitas pessoas se refiram ao protocolo como Dieta FODMAPs. Este protocolo alimentar tem recomendação específica, é dividido em fases de adaptação e o seu intuito primário não é o emagrecimento.
FODMAPs é um acrônimo em inglês para “Fermentable Oligosaccharides, Disaccharides, Monosaccharides and Polyols”, que no português é traduzido como Oligossacarídeos, Dissacarídeos, Monossacarídeos e Polióis fermentáveis. Estes nada mais do que carboidratos de cadeia curta, contidos em muitos dos alimentos que consumimos normalmente.
Esses carboidratos de cadeia curta não são absorvidos pelo intestino delgado e, ao chegarem ao cólon, são fermentados por bactérias intestinais. Este processo causa o acúmulo de gás e líquido e pode resultar um desequilíbrio na microbiota intestinal, causando sintomas como desconforto abdominal, má digestão, Síndrome do Colón Irritável (ou Síndrome do Intestino Irritável), complicações digestivas, diarreias, gases, inchaço abdominal e períodos de constipação.
Sinais de Alerta
Muitas pessoas procuram os consultórios médicos com a queixa de inchaço abdominal ou se autodiagnosticam com doença celíaca ou alergia a lactose. Porém, estudos mostram que uma em cada cinco pessoas no mundo tem sintomas de Síndrome do Intestino Irritável (SII), sendo que há um predomínio feminino no número de diagnósticos.
A Síndrome do Intestino Irritável é diagnosticada por exclusão, ou seja, após a investigação de outras doenças do trato gastrointestinal como: retro colite, Doença de Crohn, doença celíaca, dentre outas. Cerca de 60 % das pessoas diagnosticadas com esta doença relatam um agravamento dos sintomas após as refeições, o que mostra que a alimentação é importante no tratamento da doença.
Foi observado que alimentos ricos em FODMAPS causavam esse agravamento nas doenças que afetam o intestino, o que levou a um aprofundamento no estudo dos seus efeitos.
FODMAPs – Vilões da sua saúde?
Apenas se você apresenta sensibilidade a eles. Vamos conhecer abaixo os alimentos que contém cada um desses carboidratos de cadeia curta conhecidos como FODMAPs.
Oligossacarídeos – Presentes nos alimentos que contém Frutanos e Galactanos, como:
- Melancia;
- Creme de maçã;
- Pêssego;
- Alcachofra;
- Aspargo;
- Beterraba;
- Couve de Bruxelas;
- Brócolis;
- Repolho;
- Erva doce;
- Alho;
- Cebola;
- Ervilha;
- Trigo e centeio (em excesso);
- Cevada;
- Grão de bico;
- Lentilha;
- Feijão;
- Pistache.
Dissacarídeos – Presentes em alimentos que contém Lactose, como:
- Leite de vaca;
- Leite de cabra;
- Leite de ovelha;
- Sorvete;
- Manteiga;
- Iogurte;
- Queijo.
Monossacarídeos – Presentes em alimentos que contém Frutose, como:
- Maçã;
- Pêra;
- Manga;
- Cereja;
- Mel;
- Edulcorantes como frutose e xarope de milho;
- Grandes doses de frutose em porções grandes de frutas;
- frutas secas;
- sumo de frutas.
Polinóis – Presentes em alimentos que contém Sorbitol, Manitol, Xilitol, Eritritol, Polidextro e Isomalte, como:
- Damasco;
- Cereja;
- Pêra;
- Nectarina;
- Pêssego;
- Ameixa;
- Melancia;
- Abacate;
- Couve-flor;
- Cogumelo;
- Adoçantes em geral.
Não necessariamente, mas …
Os FODMAPs são considerados alimentos “gatilho” para algumas pessoas com complicações intestinais e podem contribuir para o aumento da permeabilidade intestinal, causando diversos sintomas.
Muitos destes alimentos fazem parte da alimentação do dia a dia de muitos brasileiros, como a cebola e o alho, para citar apenas os mais comuns. Por ser um protocolo extremamente restritivo, ele somente deve ser feito por um período determinado e com acompanhado de um nutricionista, pois não basta apenas retirar os alimentos citados na lista de FODMAPS.
A adesão ao protocolo sem o devido acompanhamento por um nutricionista aumenta as chances da ingesta inadequada de vitaminas, minerais, fibras e nutrientes, o que pode agravar o quadro do paciente. A base do protocolo FODMAPs é diminuir fibras que fermentam muito e bebidas alcoólicas que também causam essa fermentação, juntamente com o acréscimo de bactérias benéficas através de probióticos.
Fases do protocolo FODMAPs
Fase 1
Exclusão de todos os alimentos ricos em FODMAPs
Fase 2
Reintrodução dos alimentos, por grupos, para então identificar melhoras ou pioras do quadro quando determinado alimento é consumido
Fase 3
Estabilização – é a fase em que o organismo se adapta aos alimentos identificados como benéficos para sua microbiota
O objetivo do protocolo é fazer uma reprogramação intestinal, evitando o consumo dos carboidratos de cadeia curta que potencialmente provocam sintomas como distensão abdominal, gases e desconfortos digestivos em pessoas sensíveis. É importante salientar que não se deve excluir nenhum GRUPO de alimento e sim DETERMINADOS alimentos que são ricos em FODMAPS.
Estudos enfatizam que, em dietas muito restritivas como é o caso do protocolo FODMAPs, é essencial que sejam introduzidos alimentos que possam ser consumidos de modo a que a alimentação seja balanceada e rica em nutrientes. É ainda recomendando o consumo de fibras solúveis como psyllium e beber bastante liquido (1,5 a 3 litros).
ATENÇÃO – O protocolo FODMAPs não deve ser feito sem a recomendação de médico endocrinologista ou nutricionista, pois seu uso não supervisionado pode causar carências nutricionais e levar outros riscos de saúde. Sempre procure ajuda profissional.
Dá uma olhadinha no vídeo que a Dra. Mayara Benetti gravou pro nosso Insta sobre desconforto abdominal e FODMAPs:
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Se você sofre com alguns dos sintomas gastrointestinais mencionados neste post e acredita que pode se beneficiar do protocolo FODMAPs, entre em contato conosco e agende uma consulta com uma de nossas nutricionistas. Agende já uma consulta com a Dra. Ana Maria Rossetti ou com a Dra. Mayara Vieira Benetti.
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